A cidade de Tiradentes figura entre os 10 melhores destinos turísticos do mundo em 2017. A lista foi divulgada em uma pesquisa tradicional do caderno Viagem, do Estadão.
Realizada desde 2013, a votação com os destinos que prometem ser destaque no ano seguinte, publicada pelo Viagem, leva em conta pontos como percepção do mercado e do consumidor, eventos, situação política e econômica e outras variáveis. A escolha do corpo de jurados procura refletir ao máximo todos esses fatores, com especialistas do mercado e viajantes.
Além de Tiradentes, estão na lista: Colômbia, Chicago (EUA), Portugal, Cuba, Rússia, Doha, Rio de Janeiro, Tóquio e Foz do Iguaçu.
A “Paraty” mineira no top 10
A fama de Tiradentes não é de hoje: rota histórica nacional das mais importantes, a cidade sempre esteve presente nos roteiros e pacotes de viagem para a Minas Gerais dos séculos 18 e 19, ao lado de Ouro Preto, Mariana e a vizinha São João Del Rey. Mas, de uns tempos para cá, a pequena vila de pouco mais de 7 mil habitantes tem ido além das suas já consagradas construções históricas e igrejas: tornou-se polo cultural e gastronômico e, não à toa, já vem sendo chamada de “Paraty” mineira.
Há bons motivos para a comparação e, para falar bem a verdade, o destino mineiro – a seis horas de São Paulo de carro e a três de Belo Horizonte – já compete em pé de igualdade com o carioca no que diz respeito a número de eventos distribuídos ao longo do ano. Em 2017, são 24 confirmados e outros sete a confirmar, contemplando todos os meses. Entre os mais famosos e com mais procura estão a Mostra de Cinema, que chega à sua 20ª edição de 20 a 28 de janeiro, o Festival de Cultura e Gastronomia em agosto (ainda sem data definida) e a etapa do XTerra, competição multiesportiva off-road marcada para 30 de setembro.
Sem deixar de lado sua quantidade abastada de atrações naturais, arquitetônicas e históricas, a proposta é a mesma de Paraty: combinar os eventos com passeios pela “charmosa cidadezinha” e seus restaurantes imperdíveis (muitos deles gratuitos), como descreve a editora da Azul Magazine, Bruna Tiussu. “Tiradentes se tornou uma das mecas da gastronomia nacional”, avalia.
A parte histórica inclui dez igrejas construídas entre os séculos 18 e 19 nos estilos barroco e rococó. A mais simbólica é a Igreja Matriz de Santo Antônio, que teve sua fachada modificada por Aleijadinho em 1810 e guarda um ícone da cidade, o relógio de sol em pedra sabão. Outras duas, particularmente, são bem interessantes: no alto de uma colina, a Capela São Francisco de Paula garante visão privilegiada de Tiradentes, e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos remete às festas de reinado e congado.
Sobrados e casas históricas hoje funcionam como centros culturais e museus, com destaque para a Casa da Câmara e o Museu Padre de Toledo, pertencente ao líder inconfidente e sede da primeira reunião dos conjurados em 1788. Vale também embarcar em sua maria-fumaça até a vizinha São João Del Rey. O tour parte da estação ferroviária inaugurada por Dom Pedro II em 1881 (R$ 60 ida e volta, de quarta a domingo; 32-3371-8485).
A natureza ajuda a equilibrar a overdose histórica e cultural. Os passeios se concentram na Serra de São José. São cinco trilhas administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) – a orientação da Secretaria de Turismo é fazê-las com a condução de guias – e três cachoeiras: a do Carteiro (trilha de 1h30 para chegar), a do Paulo André (a apenas um quilômetro do centro) e a do Mangue, no sopé da serra. Há ainda os passeios oferecidos por agências e receptivos até as comunidades rurais da cidade, onde a experiência é entrar em contato com os moradores, sua culinária típica, confecção de artesanatos e a produção de queijos, mel e cachaça prontos para serem trazidos na bagagem de volta.
Fonte: Jornal Primeira Página